Os princípios do Rei:
A verdadeira justiça do reino deve ser aplicada às atividades da vida diária. Essa é a ênfase do restante do sermão do monte. Jesus associa esse princípio a nossa relação com Deus na adoração (Mt 6:1-18), com as coisas materiais (Mt 6:19-34) e com as outras pessoas (Mt 7:1-20).
Jesus também adverte quanto ao perigo da hipocrisia (Mt 6:2,5,16), o pecado de usar a religião para esconder nossas transgressões. Hipócrita não é quem fica aquém de seus altos ideais nem quem peca ocasionalmente, pois todos sofremos tais fracassos. Hipócrita é alguém que usa a religião deliberadamente para esconder seus pecados e promover o benefício próprio. O termo grego traduzido por hipócrita significa originalmente “um ator que usa máscaras”.
A justiça dos fariseus era insincera e desonesta. Praticavam sua religião visando ao louvor dos homens e não à recompensa de Deus. A verdade justiça deve vir do interior. Cabe a cada um avaliar a sinceridade e a honestidade de seu compromisso cristão. Neste capítulo, Jesus aplica essa avaliação a quatro áreas distintas da vida.
NOSSAS CONTRIBUIÇÕES ( Mt 6:1-4) Dar esmolas aos pobres, orar e jejuar eram disciplinas importantes na religião dos fariseus. Jesus não condenou essas práticas, mas advertiu que era preciso ter uma atitude interior correta ao realizá-las. Os fariseus usavam as esmolas como forma de obter o favor de Deus e a atenção dos homens – duas motivações erradas. Não há oferta, por mais generosa que seja, capaz de comprar a salvação, pois a salvação é um presente de Deus (Ef 2:8,9). Além disso, é tolice viver em função do reconhecimento humano, pois a glória do homem não dura muito tempo (1 Pe 1:24). O que importa é a glória e o louvor de Deus!
Nossa natureza pecaminosa é tão sutil que pode corromper até mesmo algo bom, como ajudar os pobres. Se nossa motivação é receber o conhecimento humano, então, como o que estamos fazendo. Se nosso motivo é servir a Deus e lhe agradar em amor, realizaremos nossas contribuições sem chamar a atenção e, assim, crescimento espiritualmente, Deus será glorificado e outros serão ajudados. Mas se ofertarmos por motivos errados, privamo-nos das bênçãos e das recompensas e roubamos a glória de Deus, mesmo que dinheiro ofertado ajude uma pessoa necessitada.
Isso significa que é errado ofertar abertamente? Todas as ofertas devem ser anônimas? Não necessariamente, pois os cristãos da Igreja primitiva sabiam que Barnabé havia doado o valor recebido da venda de suas terras (At 4:34-37). Quando os membros da igreja colocavam seu dinheiro aos pés dos apóstolos, não o faziam em segredo. É evidente que a diferença está na motivação interior, não no modo como a oferta era realizada. Vemos um contraste no caso de Ananias e Safira (At 5:1-11), que tentaram usar sua oferta para mostrar aos outros uma espiritualidade que, na verdade, nenhum dos dois possuía.
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